MARY SHELLEY E A CRÍTICA DA DESOBEDIÊNCIA PROMETEICA EM FRANKENSTEIN

Autores

  • Mellyssa Coêlho de Moura Universidade Federal do Ceará
  • Orlando Luiz de Araújo

Resumo

Neste artigo, analisamos a crítica à transgressão apresentada por Mary Shelley, em Frankenstein ou o Prometeu moderno. Presente nos relatos gregos de Hesíodo e Ésquilo, Prometeu é enaltecido pelos românticos do século XIX, que buscam nele o símbolo idealizado da liberdade. Contudo, Mary Shelley (1818) propõe a crítica aos excessos dessa entidade glorificada pelas suas transgressões. Dito isso, pretende-se analisar a reminiscência prometeica em Shelley como uma forma de crítica à busca excessiva ao conhecimento pela transgressão. Para isso, será delineada uma análise comparativa entre Hesíodo e Ésquilo, acrescida das contribuições de Dougherty (2006) e Alves (2016), almejando mostrar o desvio de Shelley, em relação à representação prometeica dos demais poetas de sua época.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20200002

Biografia do Autor

Mellyssa Coêlho de Moura, Universidade Federal do Ceará

Mestranda em Literatura Comparada pelo Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ALVES, T. C. Frankenstein: the creation of a myth. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.

BARNETT, S. Romantic Prometheus and the molding of Frankenstein. In: WEINER, J.; STEVENS, B. E.; ROGERS, B. M. Frankenstein and its classics: the modern Prometheus from Antiquity to science fiction. Londres: Bloomsbury Academic: 2018, p. 76-90.

BLOOM, H. Bloom’s modern critical views: Mary Wollstonecraft Shelley. Londres: Bloom’s Literary Criticism, 2009.

BRITO, M. X. de. O Prometeu moderno e o monstro. In: SHELLEY, M. Frankenstein. São Paulo: DarkSide Books: 2017, p. 3-4.

CORBEAU, C. Prometheus in the nineteenth century: from myth to symbol. Londres: Routledge, 2013.

DOUGHERTY, C. Prometheus. Londres: Routledge, 2006.

ÉSQUILO. Prometeu acorrentando. Tradução de Maria Aparecida de Oliveira Silva. São Paulo: Martin Claret, 2018.

_____. Tragédias. Tradução de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2009.

FRASSEN, T. M. Prometheus through the ages: from ancient trickster to future human. Dissertação (Doutorado em Filosofia). University of Exeter, Reino Unido, 2014.

GAMA, R. Uma declaração de intenções: o mito de Prometeu. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 41, São Paulo, 1996, p. 135-140.

HESÍODO. Teogonia. Tradução de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2007.

_____. Os trabalhos e os dias. Tradução de Alessandro Rolim de Moura. Curitiba: Segesta, 2012.

JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução de Artur M. Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

RIBEIRO, R. M. O prometeu moderno: a revolução técnico-científica em Frankenstein de Mary Shelley. Anais do 2° Encontro Internacional História e Parcerias, Rio de Janeiro, 2019, p. 1-12.

SHELLEY, M. Frankenstein ou o Prometeu moderno. Tradução de Doris Goettems. São Paulo: Landmark, 2017.

SOTTOMAYOR, A. P. O fogo de Prometeu. Hvmanitas, v. 35, n. 18,Coimbra, mar. 2001, p. 130-140.

VERNANT, J. P. Mito e pensamento entre os gregos. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

Downloads

Publicado

2020-07-03

Edição

Seção

Questões de (con)texto